EUA confirmam isenção de nova tarifa para suco de laranja
A medida, no entanto, não contempla toda a cadeia de derivados da laranja
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O suco de laranja brasileiro continuará isento da tarifa adicional de 10% anunciada pelo governo dos Estados Unidos no início deste ano como parte de uma política de reciprocidade comercial. A decisão foi oficializada na sexta-feira (14), com a publicação da atualização do Executive Order 14257, que incluiu os códigos tarifários do FCOJ (Frozen Concentrated Orange Juice) e do NFC (Not From Concentrate) no Anexo II do documento, que lista os produtos excluídos da medida.
A inclusão dos códigos completos — sem restrições — garante a isenção total da nova tarifa para todos os tipos de suco de laranja enquadrados nessas classificações. A medida preserva o acesso do produto brasileiro ao maior mercado consumidor global em um momento de alta oferta de fruta, retração do consumo e queda nas cotações internacionais.
Segundo dados divulgados pela CitrusBR, associação que representa os exportadores de suco cítrico, a decisão norte-americana oferece um alívio ao setor, que vinha sendo pressionado por um ambiente externo adverso.
Embora a sobretaxa tenha sido evitada, continua vigente o imposto tradicional de US$ 415 por tonelada de FCOJ — valor histórico que se mantém mesmo após o chamado “Liberation Day”, marco do anúncio das medidas de retaliação tarifária. A estrutura técnica do documento norte-americano determina que, quando um código tarifário aparece no Anexo II sem o termo “Ex” (exclusões), toda a subposição é automaticamente coberta pela isenção. É o caso dos códigos do suco de laranja brasileiro, o que elimina dúvidas sobre o alcance da decisão.
A medida, no entanto, não contempla toda a cadeia de derivados da laranja. Produtos como óleos essenciais cítricos, d-limoneno e farelo ou casca de laranja não foram incluídos na nova lista de isenções e permanecem sujeitos à sobretaxa estabelecida pelos Estados Unidos.
A CitrusBR manifestou expectativa de que as negociações entre os dois países avancem nas próximas rodadas, com vistas à eliminação completa das barreiras tarifárias que ainda incidem sobre o complexo da citricultura. A associação defende que a remoção desses entraves traria benefícios mútuos para produtores e indústrias tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, além de refletir positivamente no preço final ao consumidor norte-americano.